sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Custo dos estádios em sedes que abrigarão só quatro jogos chega a R$ 125 milhões por partida.


Os estádios que estão sendo erguidos em Manaus (AM), Cuiabá (MT) e Natal (RN), todos custeados integralmente com dinheiro público, receberão apenas quatro jogos da Copa cada, a um custo, por jogo, de R$ 125 milhões, R$ 115,75 milhões e R$ 100 milhões, respectivamente.
As três arenas têm em comum o fato de estarem em Estados que não têm tradição no futebol. Nenhum deles possui um time na série A do Campeonato Brasileiro. Já na série B, apenas o Rio Grande do Norte tem um representante: o ABC de Natal.

SUCESSO DE PÚBLICO

  • Ney Mendes/ACrítica
    Lance de partida entre Nacional e Penarol, maior clássico atual do futebol amazonense. No campeonato estadual deste ano, a média de público foi de menos de 450 pagantes por jogo
Assim, as arenas que estão sendo construídas nessas três capitais, a um custo que vai de R$ 400 milhões e R$ 500 milhões cada (veja tabela abaixo), servirão quase que unicamente para a Copa, tornando todo o investimento empreendido unicamente justificável por seu uso em quatro partidas de futebol.
Não se trata de simples projeção para o futuro. Os números em relação a público e renda nos campeonatos estaduais do Amazonas, de Mato Grosso e do Rio Grande do Norte falam por si.  O Campeonato Amazonense deste ano, por exemplo, teve 80 jogos. O público de todas as partidas somadas chegou a parcos 38 mil pagantes, segundo a Federação Amazonense de Futebol.
Ou seja, o público de todo o campeonato Amazonense de 2011 seria insuficiente para encher a Arena da Amazônia, que tem capacidade para 42 mil pessoas. A  média de público do torneio foi de menos de 450 testemunhas por jogo.
Em Mato Grosso, a situação não é muito melhor. Os principais times do Estado disputam a quarta divisão do futebol nacional (série D). A exceção é o Luverdense, do município de Lucas do Rio Verde, que foi alçado à série C do Campeonato Brasileiro graças a um imbróglio no tapetão que tirou o Rio Branco (AC) da competição.

Já no Rio Grande do Norte, a expressão dos clubes locais e a dimensão do Estádio das Dunas não são tão antagônicas. Isso não significa, entretanto, que o estádio do Machadão, com capacidade para 42 mil pessoas e que será demolido para a construção da nova arena, não desse conta dos eventos futebolísticos locais. O investimento do Estado do Rio Grande do Norte, de R$ 400 milhões para erguer o novo estádio, dificilmente terá retorno ou se tornará economicamente viável após as quatro partidas do Mundial de futebol. 
 Em partida válida pela série D, no último dia 2, o Cuiabá enfrentou e venceu o Sampaio Corrêa (MA) por 3 a 0 no estádio Dutrinha, na capital matogrossense. O resultado classificou o time cuiabano para as quartas de final da série D, para a alegria dos 637 pagantes, que proporcionaram uma renda de R$ 3.185.
O ABC-RN, tiome melhor colocado do Estado atualmente, disputa a série B e costumar atrair menos de 10 mil pessoas por jogo. No dia 1º de outubro, em partida contra o Sport de Recife em Natal, o público pagante foi de 8630 pessoas, para uma renda de R$ 143.845. Já no último dia 18, o "Mais Querido", como é conhecido o ABC em Natal, recebeu o Boa Esporte/MG e venceu por 2 a 0. Público: 4.391 torcedores. Renda: R$ 36.212,50.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Municípios brasileiros não estão preparados para fortes chuvas, aponta IBGE


Apesar dos crescentes casos de enchentes no país, os municípios brasileiros ainda se mostram ineficientes no combate aos alagamentos. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, que serviu como base para o Atlas de Saneamento 2011 –divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (19)– 40,8% das cidades sofreram com algum tipo de inundação entre 2000 e 2008.  Em 30,6% dos municípios foram registrados alagamentos em áreas até então não inundáveis.
As principais razões para as enchentes no país, segundo o IBGE , são a falta de planejamento apropriado dos sistemas de drenagem instalado e a inadequação dos projetos de engenharia à real dimensão das necessidades brasileiras. Segundo o instituto, as condições de drenagem levam em conta dados como obras de infraestrutura para drenar a água da chuva, erosão de terrenos, desmatamento e ocupação do solo.
Nacionalmente, 94,5% dos municípios afirmam possuir algum serviço de manejo das águas pluviais –número que chega a 100% nas cidades com mais de 300 mil habitantes–, mas apenas 12,7% declaram possuir algum dispositivo de amortecimento de vazão das águas (como barragens e reservatórios), e apenas 11,9% tem dispositivos de contenção de água, como lagoas.
O estudo lista ainda outros problemas que atuam como agravantes das enchentes nas cidades que registraram alagamentos. Entre eles estão a obstrução de bueiros e bocas de lobo –45,1% das cidades declararam ter o problema –; a ocupação desordenada do solo, que atinge 43,1% dos municípios; e o lançamento inadequado do lixo (presente em 30,7%).
Ainda de acordo com pesquisa, apenas 28,3% dos municípios fazem uso de informações sobre os índices de chuva. O número é ainda menor quando se refere ao monitoramento dos índices de níveis de água nos rios: apenas 11,4% acompanham os dados.
Fonte: UOL

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mais da metade dos domicílios brasileiros não tem coleta de esgoto, mostra IBGE.


Apesar de uma melhora observada nos últimos anos, mais da metade dos domicílios brasileiros ainda não tem acesso à rede de esgoto, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o estudo, em 2008, 54,3% dos domicílios no país não tinham coleta adequada de esgoto. O número de lares conectados à rede, porém, cresceu de 33,5% (em 2000) para 45,7% (2008).
O Sudeste é a única região do país onde mais da metade dos domicílios tem acesso à rede de esgoto (68,9%). Depois vem o Centro-Oeste (33,7%), o Sul (30,2%), o Nordeste (29,1%) e o Norte (3,5%).
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, realizada pelo IBGE, que compilou os números no Atlas do Saneamento 2011, lançado nesta quarta-feira.

Por municípios

Considerando o número de municípios no Brasil, 2.495 não possuem nenhum tipo de rede coletora de esgoto, quase 45% do total (5.564). Na maior parte destes, a população é menor que 50 mil habitantes.

23% dos municípios sofrem racionamento de água

Segundo a pesquisa do IBGE, 23% dos municípios brasileiros têm problemas de racionamento de água em algum período do ano
Segundo o IBGE, mesmo as cidades que possuem tratamento de esgoto não conseguem oferecê-lo a toda a população. “É verdade que pela metodologia usada basta ao município ter uma rede de esgoto instalada para que se considere que ele tem coleta de esgoto. Isso não diz sobre a abrangência da rede instalada. Há dados, como a proporção de distritos com rede, que acabam demonstrando a desigualdade intramunicipal. Mas a importância aqui é revelar quantos municípios já tem uma rede e, portanto, capacidade de vê-las expandida”, afirma Ivete Oliveira, técnica do IBGE.
A região Sul, segundo maior PIB do país, possui apenas 39,7% das cidades com alguma estrutura para coleta por rede de esgoto. No Sudeste, esse índice chega a 95%, contra 45,6% no Nordeste, 28,3% no Centro-Oeste e 13,3% no Norte.

Tratamento de esgoto

Segundo o Atlas do IBGE, só 29% dos municípios brasileiros têm algum sistema de tratamento de esgoto instalado.
A Região Sudeste tem, em média, 48% de municípios que oferecem tratamento –o Estado de São Paulo registra 78%. No Nordeste, as disparidades são grandes: enquanto o Ceará tem 49% de cidades nesta situação e Pernambuco, 28%, o Piauí tem apenas 2% e o Maranhão, 1%.
Mesmo o Norte, que tem o pior desempenho regional (só 8% dos municípios têm tratamento do esgoto), tem seus Estados com melhor desempenho do que os dois últimos nordestinos. O Acre tem o melhor desempenho na região, com 18% dos municípios fazendo tratamento do esgoto –já o Pará e Rondônia tem 4% cada.
No Sul, o Paraná tem o melhor desempenho: são 41% contra 16% de Santa Cantarina e 15% do Rio Grande do Sul. No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul tem 44% das suas cidades com oferta de tratamento, Mato Grosso, 16% e Goiás, 24%.
Junto com resíduos agrotóxicos e destinação inadequada do lixo, o não tratamento do esgoto sanitário responde por 72% das incidências de poluição e contaminação das águas de mananciais, 60% dos poços rasos e 54% dos poços profundos.
Ainda segundo a pesquisa, 30,5% dos municípios lançam o esgoto não tratado em rios, lagos ou lagoas e utilizam as águas destes mesmos escoadouros para outros fins. Entre os municípios nesta situação, 23% usam esta água para a irrigação e 16% para o abastecimento –o que encarece o tratamento da água para esse último fim, pois há mais custo em recuperar sua qualidade.
Fonte: UOL

Romário não acredita em estádios 100% para a Copa.


O tetracampeão do mundo e deputado federal Romário afirmou nesta terça-feira que, com base nas visitas que tem realizado as cidades-sede, os estádios brasileiros não ficarão prontos para a Copa do Mundo de 2014.
"Apenas quatro ou cinco estádios estarão prontos para a Copa das Confederações de 2013 se as obras continuarem no ritmo atual", declarou o ex-atacante e integrante da Comissão de Turismo e Desporto na Câmara dos deputados, que fiscaliza as obras para o Mundial.

Durante entrevista concedida em Gualajara, onde será comentarista do Pan-Americano 2011, o Baixinho acrescentou: "Mas apenas 9 ou 10 estádios (de 12) estarão prontos para a Copa, e só 6 ou 7 concluídos em 100%. Tentaremos organizar um grande evento, mas, pelo que vi, estamos atrasados",
A única sede ainda não visitada pela comissão do deputado foi São Paulo, mas que "o balanço por enquanto não é muito positivo" observando o restante das obras.
Apesar de apresentarem inúmeros problemas, os estádios não serão os maiores obstáculos. Romário acredita que 11 das 12 sedes terão problemas de mobilidade urbana, já que obras desse tipo, como construção de sistemas viários e corredores para ônibus, ainda nem começaram.

Olhando por esse lado, a única cidade um pouco avançada seria o Rio de Janeiro, por ter realizado algumas das obras para a realização dos Jogos Pan-Americanos de 2007. Porém, a capital fluminense "terá problemas nos aeroportos como todas as demais sedes", salientou o deputado federal.
As exigências da Fifa, como a proibição da meia-entrada e a permissão para vendas de bebidas alcoólicas nos estádios, também foram alvo do ex-artilheiro, que deu como exemplo a Copa de 1994, nos Estados Unidos: "Quero ver se os Estados Unidos renunciaram a algo para organizar o Mundial de 1994. Apostos que não houve 80 % dessas exigências por lá". O fato da Fifa querer todos os lucros, mas não assumir despesas e responsabilidades também irrita Romário.

O deputado pretende apresentar um projeto de lei que permita a venda de bebidas alcoólicas, desde que haja uma fiscalização na porta dos estádios que impeça indivíduos embriagos de adentrarem no local: "O grande problema é que, se proibirem o álcool, muitos beberão antes da partida e entrarão bêbados no estádio, o que será um problema maior".

Fonte: Portal da Copa

domingo, 16 de outubro de 2011

Brasil não sabe quanto vai custar a Copa de 2014.


A Copa do Mundo no Brasil vai tomar forma na próxima quinta-feira (20), quando a Fifa divulgará o calendário com datas, locais e horários dos jogos. No dia 30, completam-se quatro anos que o país foi anunciado como sede da competição. Desde então, algumas coisas foram feitas, mas há muito por fazer. Os estádios ficarão prontos a tempo. O mesmo não se pode garantir em relação aos aeroportos e às 49 obras de mobilidade urbana ligadas à Copa. "Certeza" absoluta, só uma: ninguém sabe quanto ficará a conta da empreitada.
No último balanço divulgado pelo governo federal, em setembro, o custo da Copa, considerando-se o dinheiro a ser investido em estádios, portos e aeroportos e em mobilidade urbana, foi estimado em R$ 27,1 bilhões. Aumento de cerca de 14% em relação aos R$ 23,1 bilhões do balanço de janeiro e de 26% sobre os R$ 21,5 bilhões de previsão feita em 13 de janeiro de 2010, quando o ex-presidente Lula assinou a Matriz de Responsabilidade.
Esses R$ 27,1 bilhões estão a anos-luz de uma estimativa feita pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), que calculou em R$ 112 bilhões o custo com a Copa. O estudo da associação, que tem parceria técnica com a CBF e o Ministério do Esporte, inclui também gastos com hotelaria, segurança, tecnologia e saúde, entre outros. Mesmo assim, a diferença é grande, pois o balanço do governo acrescenta apenas R$ 10,3 bilhões para esses itens.
Os números são mesmo conflitantes. Na sexta-feira, o governo divulgou atualização na Matriz de Responsabilidade e a conta baixou para R$ 26,1 milhões. "A Matriz é um documento que precisa ser atualizado com os ajustes que são feitos enquanto a obra está em andamento. Isso é essencial para a transparência do processo", esclareceu Alcino Reis, secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte.
Mas não evita, ou diminui, a confusão. No mesmo dia, a Controladoria Geral da União (CGU) inaugurou ferramenta no portaldatransparência.gov.br que permite acompanhar os custos estimados por área de investimento. Valor da soma dos gastos com estádios, aeroportos e portos e mobilidade urbana: R$ 24,024 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.